24 de Janeiro – Sábado

Estou bastante adiantado em relação ao meu plano inicial de fazer 200 happy-hours este ano, sei disso. Trata-se de um velho problema de nascença que tenho que se chama ansiedade e que, misturado com responsabilidade, vira isso. O que me acalma um pouco é que não sou o pior caso da família. Mas como eu ia dizendo, este é o vigésimo primeiro e neste ritmo que vou, baterei quase nos 320 happy-hours.

Mas não pretendo chegar lá, estou apenas fazendo uma poupança para os dias de inverno, pois estou mais para formiga que para cigarra.

O outro motivo são os entardeceres. Este começo de ano, com a ajuda do horário de verão, permite que a gente chegue aos butecos com o sol ainda por entrar, e possa desfrutar de entardeceres inesquecíveis.

Não me esqueço dos entardeceres em Havana no Malecon, acompanhado de uma garrafa de rum e de um charuto, vendo o sol se por no mar. Acredito que nos quase trinta dias que fiquei em Cuba, assisti a mais de vinte entardeceres. Quando me chamavam para fazer alguma coisa neste horário, eu agradecia e explicava, em bom espanhol:

         Gracias, pero tengo compromiso con los atardeceres.

E o Local, situado na Rua Viçosa 250, no São Pedro, situado no meio de um quarteirão, fica defronte a uma rua, permitindo a quem esteja assentado nas mesas quase próximas da calçada, assistir a um destes belos entardeceres belohorizontinos de verão.

Este bar é velho conhecido nosso, onde pode-se assistir a um bom jogo de futebol e o garçom, que está ao meu lado na foto, é um cruzeirense que sempre comenta futebol comigo, quando passo na porta do bar. Passo sempre por lá, pois a minha sogra mora ao lado.

Hoje o diálogo, após falarmos da possível venda do Guilherme, não foi diferente e ele provocou: – Este ano começamos bem, não foi? – E eu rebati de bate-pronto. – E vamos terminar melhor ainda!dsc04538reduzida

3 Respostas para “24 de Janeiro – Sábado

  1. Isso é que é genro…frequentar assíduo da casa da sogra! Taí, gostei…

  2. Muito bom esse relato. Não tinha lido ainda. Um dos melhores…

  3. Que inspirado, tio Augusto! Ainda coleciono entardecer cubano como você, quem sabe até com você.

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