Dois únicos motivos tem me levado ao Bairro Santo Tereza: o carnaval dos blocos e os bares. Hoje voltei neste bairro para visitar um bar que há muito tempo – desde 2003 – não freqüentava: o Bar Temático na Rua Perite, 187 (3221-3552). Eu me lembrava apenas dos seus azulejos coloridos, a cor amarela de suas paredes, das mesas em passeio irregular e da profusão de arranjos decorativos.
Hoje vi que funciona também no segundo andar com ar condicionado e cortinas para agüentar o sol que entra de chofre. Também tem coberturas para as mesas do passeio com a mesma finalidade. E ventilador com umidificador para o espaço interno do primeiro andar, que no meio-dia não tão quente e úmido de hoje mais atrapalhava que ajudava.
Este bar que ostenta internamente um painel com os pratos das suas nove participações no Comida di Buteco (8 participações nos últimos dez anos) nunca conseguiu uma colocação expressiva. Belisca melhor voto popular aqui, melhor atendimento ali e fica por aí. Entendo que os donos devem estar comemorando o 15. lugar deste ano obtido com o “Frevo Mineiro”.
O Frevo Mineiro (um mexido com feijão de corda, arroz, lingüiça caipira, charque e queijo coalho em cubos e um ovinho de codorna acompanhado de purê de jiló, polenta de milho branco e torresmo) chegou frio à mesa. O torresmo poderia ser de melhor qualidade
Fiz dois comentários com o garçon. O primeiro que o preço de R$25,90 era muito caro ele respondeu que concordava. O segundo que o prato estava frio e ele disse que eu deveria ter reclamado antes de comer. É mesmo, poderia. Mas bem que o dono poderia sair detrás do caixa e ajudar nesta supervisão, evitando que os pratos chegassem frios à mesa.
Ainda que o purê de jiló estivesse bom, não vi necessidade do mesmo no acompanhamento do mexidinho e não achei justificativa para o preço. A temperatura dos pratos não é uma preocupação dos bares e a polenta tinha sido fritada horas antes e o torresmo estava fraquinho.
Mas o cardápio é extenso e não será por causa desde percalço que deixarei de voltar para conhecer os outros pratos: os executivos, as refeições especiais, as massas, os grelhados, os tira-gostos e as porções especiais. Como o dono tem origem nordestina creio que se dará muito bem no próximo ano quando terá que utilizar os produtos no norte de Minas: o pequi, a carne seca, a rapadura, etc.
Percebi que ninguém havia pedido o Frevo. Prevejo, portanto, que, como Itabira, este prato ficará condenado a existir apenas na galeria da história e virará um retrato na parede, pois ninguém se animará a pagar o que cobram por ele.
augusto no buteco 
Caro Augusto,
O Temático tem dessas coisas. Não faz sentido um prato que vai disputar um torneio de tira-gostos levar arroz, né? O giló era obrigatório pelo regulamento.
Não estive nos bares durante o festival porque odeio Bohemia(prefiro Krill e Nova Schin a esse lixo!) e neste período só ela pode ser consumida, já que patrocina o evento.
Mas o Temático tem muita coisa boa. Higiene muito acima da média, o bom chopp Brahma, boas cachaças e bons tira-gostos, normalmente os menos pedidos. O joelho de porco é delicioso e os pratos com pirão de leite, manteiga de garrafa e feijão de corda são maravilhosos.
Abraços!
Eugênio,
que bom ter você de volta completando os meus textos.
Apareça mais. Gosto destas participações que complementam o que escrevo porque a visão de cada um, em uma única ida, é mesmo muito limitada.
Obrigado e um abraço,
Augusto
Realmente o joelho de porco acompanhado de língua de boi empanada e geléia de jiló é sensacional. Sublime também é o pastel de angu com recheio de umbigo de banana.