Quem pensou que a minha alegria de comer estava com os dias contatos, por eu ter recebido na semana passada a informação de que “estava” diabético, se ferrou. Com as restrições alimentares impostas pelo médico a alegria de comer, beber e fumar vai se transformar na alegria de beber, comer e fumar bem.
E à minha disposição estava o Alegria de Comer Bem na rua Congonhas, 510, Santo Antônio, fechado apenas aos domingos (uma pena!) com seu self-service vegetariano e suas saladas no almoço. Os sanduíches estão disponíveis o dia inteiro por R$6 com direito a suco do dia e R$9 com direito ao suco e salada de frutas.
Para espantar qualquer radicalismo fornecem 30 tipos de pizzas à noite nos tamanhos grande e brotinho a preços em torno de R$17 a menor e R$30 a maior, sendo que nas terças e quartas, entre 18 e 23 horas, rola um rodízio a R$23.
E ainda reserva o “cantinho do rebelde” para quem gosta de carne, servindo um filé com fritas ou os menos rebeldes grelhados atum e dourado. A pequena carta de cerveja apresenta valores desde R$5,00 (Brahma e Devassa de 600 ml.) até a Monasterium de R$60,00; fiquei com a Austria Amber a R$8,00 que já me deixa suficientemente alegre.
Realizam cooffe breaks, aniversários, confraternizações, casamentos e formaturas , bastando ligar para o telefone 2511-4168.
Como estava decidido a permanecer alegre, decidi aceitar, sem concordar, a cobrança de R$4 por pessoa pelo Couvert Artístico; um cara na frente de um micro escolhendo as músicas. Além de não ser um show, a cobrança não era anunciada no cardápio, em cartazes, nada. Foi mal.
O jornalista João Paulo Cunha, na sua coluna no caderno “Pensar”, do Estado de Minas, de hoje, intitulada “Você é o que você come” lembra que o filósofo Claude Lévi-Strauss, em um sensível exercício de futurologia, anunciou que o porvir será vegetariano ou não será.
augusto no buteco 
A esmagadora maioria dos artigos sérios que leio a respeito da opção vegetariana revelam perigos enormes desse tipo de radicalismo. Minha mãe mesmo optou aos 40 anos por deixar de comer carne e teve de retornar anos depois aos antigos hábitos pois estava perdendo os movimentos dos membros inferiores, por ausência de Fe++ que só é sintetizada a partir da ingestão de carne vermelha. Prefiro a temperança aristotélica, nem tanto ao mar, nem tanto à terra, optando por comer carnes apenas 3 ou 4 vezes por semana.
O 2° problema da prática vegetariana é de caráter. A grande maioria dos vegetarianos se acham muito mais superiores e úteis para o planeta do que os onívoros praticantes. Desse tipo de gente (não aqueles que não comem carne porque não gostam) eu tenho nojo.
Realmente, o lugar deve ser mesmo agradável. Eu precisaria de muita alegria para pagar couvert-surpresa, ainda mais para um DJ. Nada contra eles, mas DJ não é músico. Meu PC faz esse serviço ao apertar de meia dúzia de botões. Os donos de estabelecimentos deveriam ser mais criteriosos com as atrações, caso queiram cobrar por ele.
Augusto,
pagar couvert artístico pro Gera, depois que ele gravou um vocal pro Dead lover’s, vai lá, rsrs, mas pra música que não é ao vivo, aí, pegou mal demais, hein? Os donos e o DJ que me desculpem, mas pra mim, é exploração! Fora a sacanagem com a classe dos músicos, né? Concorrência desleal de mercado…
Eugênio,
que saudades! Estava sentindo falta dos seus comentário.
Estou de acordo com você. Não devemos ser radicais. Acho, entretanto, que a sua mãe foi radical ao deixar de comer carne, simplesmente, aos 40 anos. Quem quizer fazer isso tem que saber o que está fazendo. Dá pra parar, mas tem que saber o que precisa ser feito para substituir e não adoecer. E dá um trabalho do cão, fazer essa substituição, não pode ser ser, simplesmente, chegar aos 40 anos e parar. Não pode, não pode. Tem que ter temperança.
Um abraço,
Augusto